18 de abril de 2008

Menezes (a prazo) em Gaia

Era mais do que notório que o trabalho de Luís Filipe Menezes em Gaia estava a prazo. Primeiro foi a percepção de que o político estava de passagem e com o outro lado do Rio Douro no horizonte; depois foi a conturbada vida interna do PSD a fazer com que autarca colocasse de lado essa barreira para pousar na liderança nacional laranja. Daí teria caminho aberto para o desejo de ser primeiro-ministro e, numa fase mais adiantada da vida, quem sabe, ficar no lote dos ilustres a apontar com perfil acertado para o cargo de Presidente da República. Gaia foi conseguida e o objectivo de a “colocar no mapa” também; o Porto esquecido; Marques Mendes derrotado. Reformas no maior partido da oposição foram escalonadas, mas as vozes internas perturbavam. Resultado: demissão da função e convocação de eleições directas antecipadas. Atitude acertada. Os convites foram lançados a Aguiar Branco, Pedro Passos Coelho, Manuela Ferreira Leite, António Capucho, António Borges e, por que não, a Marcelo Rebelo de Sousa. Apesar de ter manifestado não se recandidatar, será que Menezes vai assistir a tudo isto a partir de Gaia? Tenho dúvidas. Mesmo sendo do tamanho da ilha da Madeira, não é este concelho demasiado pequeno para as aspirações pessoais e profissionais do político? É lógico.
Por isto, só dois cenários se me afiguram: Menezes é convencido a recuar pelos apoiantes de peso e a recandidatar-se ao PSD, o que no meu ponto de vista não seria a melhor opção; ou então decide esperar que o novo líder tombe aos pés de Sócrates e do PS nas Legislativas que se seguem e, ai sim, reentrar na ribalta para tentar seguir a história, onde nenhum partido fica no poder mais do que duas legislaturas seguidas. Voltar a ganhar Gaia, entregá-la a Marco António Costa e seguir para Lisboa pela porta grande pode estar
ou não no horizonte do político, mas certamente que faz parte do meu pensamento.
Uma coisa é clara: apesar de alguns Velhos do Restelo me terem tentado dissuadir de tal ideia, já o tinha dito neste espaço que o querer e conseguir assumir a liderança do PSD não teve o timing correcto; agora veio-se a provar que tinha razão.
Assim, Gaia volta a ser, para Luís Filipe Menezes, mais uma vez, um projecto a prazo.

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