14 de janeiro de 2008

A pergunta do costume


O Sporting não se encontra, não atinge os objectivos traçados nas partidas agendadas, o grupo sofre alguns dissabores de ‘bocas’ internas e externas, o sonho do campeonato acaba e resta apenas as participações nas taças da Liga, de Portugal e UEFA.

Apesar de haver títulos a conquistar, a maior visibilidade dos leões está na Liga. E aqui tudo corre mal. Sem director desportivo, Paulo Bento colhe a maioria das críticas negativas e a confiança depositada pela direcção, com o aval da maioria dos sócios, é abalada pelos jornalistas. Porque também já andei por estas andanças, sei do que falo e de como as coisas de processam. A busca de informação assim o obriga e faz com que, semana após semana, a mesma pergunta persista: “Paulo Bento tem condições para continuar no Sporting?É uma questão legítima, sem dúvida. Agora, torna-se ridícula quando é a própria Administração quem diz que o treinador está de pedra e cal e quando é o próprio técnico quem defende as condições que tem e quem vira as atenções para os responsáveis directivos.

Por sermos um povo latino, por cá é assim que as coisas vão acontecendo. Não me lembro de nos anos em que o Manchester United esteve sem ganhar, por exemplo, ouvir os ‘chatos’ do costume lançarem perguntas repetitivas; ou até nos anos em que o Arsenal centrava forças em construir uma equipa e os títulos eram apenas miragens constatar que os amantes do desporto-rei esperavam que o ‘quarto poder’ servisse de juiz para avaliar todo um trabalho definido e votado pelos associados. Será uma questão cultural? Talvez… Por que não imitar o que de melhor se passa lá por fora?

Filipe Soares Franco entra na sala de imprensa para pedir aos profissionais da comunicação social para ‘virarem o disco’. Se houvesse algum tino profissional, nada disto se passava. As respostas estão mais do que dadas e enquanto for este o presidente será este o treinador. Cabe a todos os sportinguistas manifestarem-se apenas no final da época ou então na próxima ida às urnas e dizerem se é este o projecto que querem para o clube de Alvalade. Quanto aos amigos jornalistas, lanço o desafio: fale-se mais de futebol e menos de resultados. Talvez assim os simpatizantes verdes e brancos fiquem com os horizontes mais alargados na altura de fazerem avaliações.

PS: Se tudo isto acontecesse noutras bandas, há muito que imperava o blackout. E depois ninguém percebia o porquê do mesmo!

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