O Sol que nasce no Sul

Tem sido sintomático. Desde que escrevi o comentário sobre os demasiados ataques encetados pelo semanário Sol à SIC, com o título "Não havia necessidade", todos os sábado (ou domingos) o semanário tem-me caído nas mãos. Claro, sempre por empréstimo! Se nas últimas consultas pouco há a registar – as entrevistas a Catalina Pestana e Pinto Monteiro foram mais que badaladas e era perder tempo tentar comentá-las -, a última edição trouxe algo que me espantou.

Diz o periódico - num texto desresponsabilizado, leia-se não assinado! – que “Augusto Santos Silva foi lá acima ao Norte, à inauguração dos novos estúdios da RTP, confirmando em nome do Governo a opção Menezes contra Rio, e que o Porto se mudou agora para Gaia”.

É verdade que o presidente gaiense e líder nacional do PSD desde cedo optou por dar a mão a várias instituições e eventos portuenses levando-os a mudar de margem, deixando os mesmos de estar sedeados ou mesmo organizados na Invicta. Mas o que me leva a escrever esta nota refere-se ao início da frase. Estão o ministro “foi lá acima ao Norte”? Pensei que o Sol tivesse um posicionamento nacional e não meramente regional. Como vice-presidente que sou da União Portuguesa da Imprensa Regional (UNIR), vou desde já levar à próxima reunião da Direcção uma proposta para convidar o Sol a ser nosso associado!!!

Das duas uma: ou o Sol é um jornal nacional e comporta-se como tal ou então assume-se como um semanário estrangeiro, igual a tantos outros impressos em Moçambique ou na África do Sul. Isto de alguém ir “lá ao Norte” é de rir e tem muito que se lhe diga.

A terminar uma constatação: sempre pensei que o Sol aparecia a Nascente, vindo do Oriente; nunca me tinham tentado convencer que o Sol procedia de Sul.

Vou permanecer atento... e confiar que o Sol me continua a cair nas mãos… por empréstimo.