A euforia e o fluxo noticioso em volta da saída de José Mourinho do Chelsea é algo que me deixa boquiaberto. Sem ser consumidor deste tipo de sensacionalismo – apenas gostei de ser informado da notícia inicial –, o tema abriu jornais, preencheu alinhamentos e acabou mesmo por fechar edições. Todavia, o caldo da paciência entornou esta quarta-feira. Tudo se passou na SIC Notícias, quando a chefia de redacção deste canal televisivo mandou congelar uma entrevista com Pedro Santana Lopes, numa altura em que este falava das complicações dos cadernos eleitorais nas internas no PSD. A razão de tal acto surgiu para abrir um directo da chegada do treinador português a Lisboa. Isso mesmo! Leu bem.
Como quem não se sente não é filho de boa gente, Santana Lopes mostrou o cartão amarelo à SIC e abandonou o estúdio, dando um exemplo de cidadania, argumentando os porquês de tal decisão, até porque falava de “situações bem mais importantes” do que “um treinador de futebol”. Lembrando o convite feito pela SIC para lá estar e que para cumprir a presença teve de fazer “esforços pessoais”, Santana concluiu: “Mas como o Mourinho é mais importante que tudo e todos em Portugal, (…) mal assim vai o nosso país.” A face corada da jornalista disse tudo. Pena foi que quem decidiu tirar a palavra ao ex-primeiro-ministro não tenha também aparecido a pedir desculpa ao visado e a todos os portugueses.
Grande Santana! Nem eu faria melhor! Na próxima mostra mesmo vermelho…
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