Dragões transfigurados

Já não via o FC Porto jogar tão mal há alguns anos; talvez desde a conturbada época 2004/05, a tal do rescaldo dos sucessos internacionais, a tal primeira posterior à ‘era Mourinho’. E a derrota desta terça-feira com o Dínamo de Kiev (0-1) é uma das provas disto mesmo. Uma equipa sem colectivo, com poucas vozes de comando nas quatro linhas, que actua mais com coração do que com razão, com futebol pouco atractivo, com um treinador que em muitos pormenores deixa a desejar... Transfigurada e sem fôlego europeu – nem de grupo nem tão pouco de orientação técnica -, o que vai valendo aos azuis e brancos é que dentro de portas a concorrência não chega a assustar. Todavia, para o comum portista do novo século, isto é muito pouco, mesmo muito pouco.

Primeira nota: Sapunaru assume-se como um razoável defesa-direito, mas um péssimo lateral-direito (que o diga o mal-amado Mariano);
Segunda: sem perder em casa na Liga dos Campeões há três anos, a dez minutos do fim, três cantos para os ucranianos e 11 (!) homens dos dragões dentro de área?! (com Mourinho, mesmo em vantagem no marcador e perante qualquer adversário, ficavam três na frente para o contra-ataque, onde prendiam quatro opositores);
Terceira: Depois de duas derrotas na Champions, espera-se que, pelo menos, a formação portuguesa garanta a presença na Taça UEFA…
Quarta e última: Assobios para quê, no final do encontro? É preferível ‘meter a viola ao saco’, não bater palmas e ‘ala que já se faz tarde’!