E como a regionalização tarda em sair da gaveta, vem este desabafo a propósito da interrogação de quanto tempo mais teremos de esperar que Gaia e Porto se fundam numa só cidade, uma grande urbe capaz de colocar em sentido todos estes actores, que mais não são do que uns simples figurantes regionais.
Sem querer embarcar na tese de alguns amigos mais extremistas – onde a solução passaria pela independência e por uma união do Norte à Galiza -, não hesito dizer que a história de Gaia e Porto estão tão ligadas intrinsecamente que a cumplicidade entre ambas devia ser bastante maior. O Douro não pode ser um ponto de desunião, mas antes um traço contíguo. As margens conhecem-se. O povo interage. Tal como numa família, Gaia seria o lado feminino, o Porto masculino: um casal perfeito capaz de fazer crescer com carinho as gentes que nele confiam e dele dependem.
Quem melhor do que nós sabe que projectos necessitamos, que políticas conjuntas são apropriadas, como se devem dar as devidas respostas ao aclamado desenvolvimento sócio-cultural, ao bem-estar, ao ambiente, à segurança, aos anseios da juventude, à ocupação dos idosos, à saúde, à educação, às obras públicas, ao turismo, a todas as questões que nos ferem os olhos diariamente e que realmente nos preocupam.
Chega de políticos que vêem Lisboa como objectivo pessoal e profissional. Chega de esperar que sejam segundos e terceiros a deliberar prioridades dos que deviam ser primeiros. Chega de perder tempo na união de Gaia e Porto... enquanto não chega a aclamada regionalização.
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