20 de junho de 2008

cRuza que é Golo!

Quarto jogo, segunda derrota, eliminação do Euro 2008. Confesso que estou com dificuldades para escrever este texto. Primeiro porque não tinha o desejável portátil nos minutos finais à derrota (3-2) com a Alemanha para dar azo à frustração e segundo porque agora já passaram quase 24 horas do fim do encontro dos ‘quartos’ e o desânimo está serenado.
Dito isto, vamos a factos. Apontada como não favorita, a formação germânica alterou o sistema táctico e decidiu povoar a zona do meio-campo: 4x5x1 na hora de defender; 4x3x3 na altura de posse de bola. A Portugal restavam diagonais longas para as alas e passes para as costas dos defesas; a zona central tinha barreiras a mais. O caricato é que o primeiro golo do encontro (distracção de Paulo Ferreira e falha de comunicação de Ricardo) haveria de aparecer tal e qual a formação lusa estava talhada para jogar. Seguiu-se o segundo e novas falhas defensivas (Ronaldo ficou nas ‘covas’ e… Ricardo no tradicional ‘pára-arranca’!). Nuno Gomes deu esperança, mas, na segunda parte, Ricardo lá voltou ao protagonismo. Novo livre no flanco esquerdo (a Alemanha conhecia os óbices contrários e usava máxima do cRuza que é golo!), Paulo Ferreira empurrado e Ricardo decide avançar… para parte incerta. Vergonhoso! Os livres junto à área podiam transformar-se em penáltis; talvez aqui houvesse menos incompetência. Nem o golo de Postiga me fez esquecer tamanhas infantilidades…
O que mais temia, a forma como sabia que podia ser derrotado, confirmou-se. Como também já andei pelo mundo do futebol, sempre ouvi um pedido feito aos guarda-redes: ‘sair da baliza só a soco e em voz alta, tentar acertar meio na bola/meio no adversário (este nunca mais lá vai e os outros pensam duas vezes) e se a ‘redondinha’ escapa, a cabeça contrária é quem sofre…'
A saída de S(o)colari perturbou os meninos protegidos, os mesmos que sabem que nunca mais colocarão os pés (ou as mãos) na camisola das quinas. E isto foi determinante. Posso mesmo dizer que, aquando da terceira alteração, cheguei mesmo a desejar algo que se pratica no futsal: abdicar do guarda-redes, dar as luvas a um jogador de campo e meter um avançado. Penso que esta original substituição não seria tão descabida como muitos pensarão ser…
Deco, Moutinho, Meireles, Pepe, Ricardo Carvalho, Simão, Nani e Bosingwa não mereciam este fim.
Quanto a Ronaldo, o Euro 2008 é para esquecer. Estou certo de que o mesmo acontecerá se trocar o verdadeiro futebol inglês pelos fait-divers do país vizinho…
'Quartos' do Euro 2008 é muito pouco para um país com tão bons recursos humanos neste desporto.

PS: é caso para dizer, 'o futebol são onze contra onze e no final perde a equipa que tem o Ricardo'.

1 comentário:

André A. Correia disse...

Bem, alguém tinha que perder... Digo isto também sentindo-me frustrado, nomeadamente pelas infantilidades referidas no post, mas é assim mesmo. Alguém na blogosfera citou o Gary Lineker, "Football is a simple game; 22 men chase a ball for 90 minutes and at the end, the Germans win.". Portanto, nada de anormal se passou. Já não temos é malucos como o Sérgio Conceição e o Carlos Manuel. Aliás, em dois anos encaixámos seis!

Sign by Danasoft - Myspace Layouts and Signs