Parabéns Portugal!

Quando vi a constituição da equipa, confesso que fiquei pasmado com a quantidade de defesas que S(o)colari se preparava para colocar em campo no decisivo jogo de apuramento para o Euro 2008 contra a Finlândia. Com o início da partida fiquei um pouco aliviado: a selecção não iria actuar com três centrais e mais dois laterais, já que o Meira ocupava a posição de trinco… A risota de preocupação que tinha dado minutos antes tinha-se esfumado, apesar de continuar desconfiado. E veio a provar-se que tinha razões para isso. Tal como acontece no FC Porto, o elemento de maior desequilíbrio vinha da direita e dava-se pelo nome de Bosingwa; Ronaldo despreocupou-se dos assobios, só que, a par de Quaresma, a magia não aparecia. Porquê? Simplesmente porque as transições ofensivas dependiam destes três jogadores, havendo um enorme fosse na zona central, entre a intermediária e o ataque, onde Maniche e Veloso não serviam de médios box-to-box, com um Nuno Gomes mais parecido com um boneco no meio de dois gigantes. Resultado: inoperância e falta de criatividade do meio-campo para a frente.

Pese embora a boa exibição tenha ficado de novo no balneário, o importante foi conseguido. O nulo faz-nos tirar o passaporte para a Áustria e a Suiça, e para colocar o carimbo bem podemos agradecer a uma formação nórdica mais preocupada em defender e há espera que um golito aparecesse no final – uma inspiração tirada de muitas equipas portuguesas.

Em resumo: mesmo com altos e baixos na qualificação, de más escolhas técnico-tácticas, de um ou outro soco (!) mal dado, da estreia do luso-brasileiro Pepe e da saída inesperada de S(o)colari da última conferência de imprensa em jogos oficiais antes do Europeu, o que importa mesmo é que o objectivo foi conseguido. Pelo valor individual, espero agora que os índices colectivos do grupo subam significativamente em Junho próximo. Apesar de tudo, parabéns Portugal!